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sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

CAMA VAZIA


Ainda tem o teu cheiro, no travesseiro, no quarto, no armário!

O porta retratos? – Quebrou!

A cortina, parada adorna a janela sem horizontes

O portátil som, não mais tocou... Parece que tudo emudeceu,

Se calou, depois que você se foi!

A toalha estendida num velho cabideiro, ainda tem o teu frescor,

A provocar minha memória e a reavivar nossa história.

Ela espera novamente teu corpo secar.. E secar...

Envolver-te e cobrir-te, para eu te desnudar e em ti me mover

Te lamber, te molhar com o meu ser.

Os lençóis ainda amassados revivem um recente passado,

Uma linda cena de amor, evasão corpos ardentes

Onde esperam novamente os nossos suores secar.

A coberta descobre o vazio que há,

A taça com a última gota do champanhe

Ainda tem na borda a meia lua da tua boca

Que borda a frieza da taça a me olhar.

A meia luz do abajur, quase apagado

Ainda reflete em minhas lembranças, tua silhueta máscula pelo quarto,

Caminhando lânguido, suave...Saudade!!!

As egrégoras de nossos sonhos sonhados

Ainda presas as paredes do quarto, refazem em mim,

Nossas vozes em desatino, comoção de corpos nus a se pedirem,

Nossos sonhos aprisionados nas paredes, ainda existem...

Esperam tua chegada para enfim se libertarem do cativeiro em que vivem

Lembranças aguardam teu retorno para que num estorno mudem o rumo da vida,

Vida que esquálida, falida, já não acontece em nosso quarto!

Teus chinelos aos pés da cama esperam teus pés para calçarem

Aquecerem protegerem e a um passeio pela casa te acompanharem.

Tudo igual, tudo ali, no mesmo lugar, do jeito que deixastes, vai ficar,

Até meu coração que se tornou uma imensa cama vazia e que...

Não quer mais acordar enquanto tu não voltares!

Edna Fialho Em 14/04/2008


3 comentários:

  1. Ui! Realidade pura! Você faz delirar nesse jogo de sedução e imaginação. Compulsiva demência na carência de quem se deixa levar por tuas palavrase exposição dessa fotos abençoadas.
    Sinésio Dias Moreira. Bjus calientes linda moça!

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  2. Triste verdade viu! isso é assim mesmo...
    Narcisa Belém do Pará

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  3. Maravilhosa sua interpretação do amor, com o casamento e da união. É isso mesmo que acontece quando se acostuma com o outro. Verdade!

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