A dor da mentira.
Ainda que eu trilhasse 
caminhos de espinhos,
ainda que eu trilhasse 
sem direção,
creias que por intenção, 
eu jamais aviltaria 
o teu coração.
Me programei 
para um dia te perder 
por conta do destino
que em desalinho 
se desfez 
e arrastou-me correntes 
em noites insones.
Mentiras, destroços,
remorsos pungentes,
que emergem 
em meus desarvorados 
sonhos...Tristonhos!
Pulsa em mim 
o reves do avesso.
Desfiz minha imagem 
e me desafiei em vão!
Destilei e bebi 
da minha própria culpa, 
avulsa!
Sofrida, moída, caída 
e sem mais emoção
foram noites inteiras 
açoitando a solidão,
remoendo 
meus revoltos pesadelos 
cheios de contradições.
Resolvi sair da ostra 
e a ti me mostrar inteira.
Decidi assumir minhas culpas 
sabendo do triste
retorno a mim,
foi assim, com a verdade 
e lágrimas nos olhos 
que me vi,
enfim,te perdi, mas 
não quero mais te mentir.

EDNA FIALHO