PEDAÇOS DE MIM...

Pedaços de mim,  
arrancados a sangue frio,

restando-me o vazio carcomido 
da dor exposta. 

O exílio é a resposta!

Não te faço mais em preces, 
e isso, me enlouquece, 
me torna infeliz.

Quando amanhece, 
ainda sinto teu perfume 

a carneciferar meu ego.

O que espero? 
- Ver-te em falsete, 

num flerte, num piscar, 

delirar de um olhar 
nem que seja 

numa parede branca, 
ou cinza, ou bege...

- Sei lá!.. 
Quero perceber 
tua silhueta em 
doidivanas condutas 
a se mostrar.

Teus passos, ainda ouço 
vir a beira da minha cama 

e num beijo molhado 
embriagar-me em chamas, 
suplicas, malícias...

Por cima da sedosa pele,
numa lingerie distraída 

te mostro meu corpo indolente
em frenesi a te chamar.

Minhas coxas inquietas 
ficam a te sonhar,
entre elas se postar 
e ater-se ali, a se roçar.

Não quero o medo 
de te pertencer,  

te dar prazer, 
te enlouquecer, 

tomar conta de meus momentos,

mas sim, ver-te alucinado 

a estremecer, todo suado,

saciado a muito mais me querer 

fazendo-me desfalecer...
De desejo.

A exarcebação de nossas 
almas lugrumes e hereges 

se perdem 
num espaço de prazeres 

a divagar até que 
um novo acontecer haja!

Somos dissidentes exonerados 
de um céu maculado...

Mas...

Não somos dos anjos 
nem dos demônios, 

somos de nós e a nós 
temos que nos pertencer... 

Aquecer carícias e delícias 

do prazer imensurável, 
pecaminoso,

que estremece nossas carnes 

legitimarmos o que só 
os doentes de amor podem fazer... 

Amolecer de prazer, 
permitir, sucumbir... De amor.

-Voltas prá mim! 
Voltas pros meus sonhos, 

pro meu ar, pro meu eterno 
TE SONHAR!

EDNA FIALHO 10/10/2009