DOCE PRISÃO

Oferece-mes vinho, flores, bombons...

Fico a imaginar a próxima cena além à da explosão que se instaura.

Pegas minhas mãos trêmulas, frágeis, beija-as com devoção.

Colocas vinho em minha taça, querendo embaçar minha visão.

Tênues afagos em meu rosto começas a postar, e no

delito, tuas mãos sobre o meu colo precipitam-se a deslizar,

Delicadamente alguns fios de cabelos no meu rosto estão a esvoaçar,

quando em súplicas me desfaleces num olhar e nem precisas implorar, pedir ou pensar.

Sabes que sou tua no tremor, no arrepio, quando beijas minhas mãos.

Passa-me uma rosa no rosto a seduzir-me desvelando o crepúsculo que acontecerá, questão de tempo, só aguardar.

Anseias meus seios tocar por dentro do decote da blusa. Um beijo é trocado e línguas insanas rolam e desenrolam

fazendo-nos divagar.

Colocas em minha boca um bombom de cerejas com rum,

quando o mordo e escorre-me o licor pelo canto da boca

que louca, quer contigo degustar. Excitação! Pura ternura a comungar.

Nada a limitar! Pegas a taça de vinho e em desalinho começas a me molhar

com carinho no tapete da sala de estar.

Olhando-me fundo nos olhos, desnuda-mes observando com atenção cada parte que se mostra a tua intenção,

por fim, a doce prisão declarar. Me açoitas delicadamente em tóridos beijos, sem pressa,

como se estivéssemos num altar, sagrada magia a nos aprisionar.

Hipnotizados tocamo-nos a comungar o sacramento, no sentir se doar,

cultuando o que nem os deuses são capazes de entender e só podem o nosso prazer velar.

Não há nada no mundo melhor do que fazer amor por amar!

Edna Fialho