QUE VENHAM OS SONHOS!

Se os sonhos acontecem, eu não sei! Sei que eles vibram em mim e tecem teias infindas. Surgem do nada e no nada se espalham como se espelhassem em águas claras. Transparentes, contentes, eles tentam emergir e tornarem-se realidades próximas. Mesmo que eqüidistantes, num instante, se instalam na memória das estórias que a gente lembra, inventa, acredita e quer muito ter um dia em nossas vidas! Eles se fazem e refazem em fases não contáveis, e nem confiáveis. São inesgotáveis e creditam à nossa doce ilusão de que são reais. Sonho é nosso banco de memórias! Vida sobre vida, acometidos de alegrias ou feridas abertas, vivas que sangram, adoecem, reascendem e transcendem. Podem possuir a leveza do ar ou o abismo do mar! É como é! Como e aonde se quer chegar sem estar. Fica no meio de tudo e no meio do nada. Não tem nuvem, não tem estrada, não tem chuva nem janela embaçada. Eles levitam em nossa imaginação quando dormimos ou acordados estamos. Eles não fazem planos... simplesmente surgem e pelo âmago de nossa história perambulam, como se fossem mensagens sublimadas de percursos infindos , de longas jornadas traçadas pelos destinos.

Sonhos são tudo que nos reanimam, aproximam os canais do “acontecer” ou são nada e anoitecem sem perceber. São libertos ou prisioneiros. Aquosos ou desérticos. Ruflam em asas de anjos ou nos devaneios de Satanás.

Impõem-nos ou se antepõem ao místico e ao belo! Tem nuances de intenso vermelho ou amarelo ou a cor que ele quiser ter.

Sonhos são nuvens passageiras! Se não corrermos atrás... definham, perdem a força e se perdem no tempo ou definham pelo caminho sem nunca a eles termos dado a chance de serem sonhos.

Edna Fialho Em 02/01/2009