DELICIOSO PRAZER!

Aceitas meu coração!

Aceitas o que é teu; 

- aceitas?

Quando te falo, 

exalo um hálito sem pudor! 

Nutro-me do teu olhar 

a me desnudar em chamas.

Aclamas que sou teu tudo 

e, me mostro lentamente 

pra muito mais me quereres.

Meu referencial de vida, 

de ar; - és tu! 

Tu que me acolhes e 

entorpeces de furia,  

desejo de beijo de pele...

Tua boca faminta, 

louca e delirante, 
em busca de minha flor 
mais provocante a se abrir 
bem lentamente ao teu lazer; 
- êxito da conquista,
que afaga o ego de quem ama 
e sente-se amado.

Felicidade que percebe 
meu coração em gritos 
a se desorientar.

Passeias as mãos em meu corpo
registrando sentimentos 
emoldurados na confusão 
de pensamentos presentes, 
sem dívidas de passado, 
por horas infindas 
a bordo de versos nutridos, 
falados...

Insistes em...
de minha geografia 
não mais se desvencilhar, 
aguardando o menear da réplica.

Sucumbo à deliciosa vontade 
e entrego-me inteira, 
sem metades, 
sem eira nem beira,

pois, sei ser 
a tua necessidade 
e meu corpo ser a hospitalidade 
pra um artista em criação.

Fiz da tua boca 
o alimento de min'alma 
que se sacia ao teu falar.

Joquosa delícia que me inebria,

que esquenta, esfria, 
acolhe e tranquiliza, 
esquece e lembra 
de como é bom tê-lo, em mim.

Amor avassalador, 
teimoso em não te deixar 
viver sem provocação.

É sempre assim ... 
uma estrada sem fim, 
entre beijos, promessas, 
línguas sedentas 
e abraços permisiosos,

que nos incriminam 
e nos absorvem 
de um prazer delinqüente 
que revolve dentro da gente.

Chegamos a titubear 
num gozo aflorado, 
que deixa-nos sequelados,  
reféns de nós mesmos.

É nesse momento sublime, 
que iluminamos a escuridão!

Há tranqüilidade 
de dias sempre iguais, 
embora tão diferentes, pois, 
recriamos sempre 
nossas orgias pungentes e 
enlouquecedoramente vorazes.

Sabemos muito mais 
que vem dessa desenfreada 
sede do saber lidar um com o outro.

Dessas verdadeiras magias 
que nos fazem ser Mulher e Homem,
Homem e Mulher que se completam, 
que se fundem, se pertencem,

que se referem um ao outro 
com respeito e carícias 
espetacularmente iguais! _ 
AMOR! ILUMINADO AMOR!

Edna Fialho em 11/03/2009