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sexta-feira, 6 de março de 2009

INTERCUSO

Se alguém te perguntar quem sou;
diga a quem a resposta espera ; 
- A verdade!
Se me conheces, sabes bem quem sou 
e não meça a reta, - vá ao ponto!
Diga da luz que tenho,
de onde vim e a que venho. 
Faça valer a vontade de quem perguntar.
Diga que sou anjo, que sou fada 
de asas transluzentes, 
que sou a borboleta 
que saiu de um casulo recente 
para em liberdade viver.
Que sou filha pródiga da serpente 
que encanta e envenena, 
e nunca vale a pena ignorar!
Diga que sou nuvem, sou o abismo, 
sou a teia da aranha e 
o visgo da lesma, 
o espinho venenoso, 
a luz e a escuridão!
"Diga que vivo e não espero!"
Sou o que penso ser e muito mais 
reascender das cinzas ou do clarão. 
Que sou bruxa de vassoura 
a perseguir almas, ou feiticeira 
cativa das trevas, 
dos demônios e que, 
semi-nua, transito entre 
a Lua e o Sol.
Diga o que quiser, 
mas não deixe de afirmar 
que sou mulher, e da minha feminilidade, 
da minha liberdade de expressão, 
condição para se saber que também sou 
o "sim e o não", em eterna convulsão 
em estigma e ilusão.
Sou completamente incompleta! 
Repleta de magia, sou seleta, 
dileta em sedução e prazer. 
Sou o que o homem queria ser 
e não é, e o que a mulher tem 
e não quer.
Sou o espelho da "Era"  
que enforca e enerva aos saudosos 
que se foram e não tiveram tempo 
de perceberem-se partindo. 
Que muito mais que uma explicação, 
ou um querer saber quem sou, 
passeio entre os veios dos pênis armados 
e vaginas exalando odores de rosas. 
Corro no tempo com os seios nus 
e a saia rasgada, ansiando ser deflorada,
e enfim, contemplada de êxito.
Que já sangrei e fui sangrada, 
e nem por isso, perdi a vergonha 
de ser a mais requisitada das meretrizes,
a mais pueril das Donzelas,
e que levo nas costas, minhas asas amputadas, 
mas que ainda voam onde querem,
nos pés descalços, tenho 
as marcas das correntes enferrujadas 
em feridas purulentas, mesmo assim?
Ainda corro léguas e me faço liberta. 
Levo na lágrima a saudade, na esperança, 
a verdade dos ventos de um tempo milenar.
Não esqueça de dizer meu contexto 
sem pretexto, - apenas fala 
da minha sincronicidade 
com a visão interior, 
dualidade e comoção de ser o que sou, 
de você me definir como me vê e quer! 
Só não se esqueça de afirmar 
que sou muito mais que dádiva, 
muito mais que pesadelo, 
que tenho me  vestido de sensualidade,
 borbulhando em intelectualidade... 
 Que sou eu mesma... 
- Sou Mulher!
 
EDNA FIALHO Em 07/03/2009 Esta
é a minha homenagem ao Dia Internacional da Mulher.

6 comentários:

  1. Descreveste com muita sensibilidade a maravilha que é a MULHER.
    Que Deus colocou no mundo para que todos saibam o que é o verdadeiro amor, pois que a MULHER, é a fonte do amor perfeito.
    PARABÉNS A VOCÊ que lindamente homenageou todas as MULHERES com toda a pureza do seu coração.
    MIL BEIJOSSSSSSSSS
    Elciomoraes

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  2. Amiga... Sou completamente imcompleta (trecho do seu texto)>>> Simplesmente magnífico!!!!
    Admiro demais tudo o que escreves, tua sensibilidade e a forma inteligente como colocas situações, amores, beijos, sonhos, anjos, fadas, momentos (presentes e passados).
    Quem sou eu?__ uma Humilde admiradora de tu MULHER E AMIGA!!!!__E o que posso dizer: ADMIRO-A MUITO!!!!!!!

    Amiga e admiradora: Lu!

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  3. Silva santos...
    Linda, inteligente, feminista sem perder a feminilidade...isso sim é uma mulher...Parabéns pela postura, pela postagem, por seres o q és...Mulher! Bjus

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  4. Que escritora bonita, linda!
    Que trabalho lindo!
    Dá orgulho visitar coisas tão lindas e bem redigidas. Menina e grande mulher! Parabéns!
    Sergio Magloi

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  5. Bruna
    Olha tapa em luva de pelica... femenilidade e autenticidade em tua palavras... admirável a tua maneira de ver a mulher!

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  6. Persefane diz
    Autenticidade -------------- amei teu texto!
    Muito inteligente! Bjus

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