REENCONTRO

Percebes que chego e... 
prepara-mês algo para beber!
Flores decoram por decorar, 
meu ambiente supremo é você,
nada a acrescentar!
Ao beijar-me o rosto 
quase te agarro, mas 
tento me controlar.
És meu oráculo, meu mundo 
a me inundar de desejo.
Pegas em minha cintura 
e começamos a dançar,
delícias a imaginar.
As velas revelam 
nossas silhuetas nas paredes 
a rodopiarem juntas, coladas,
e à sombra de um amor se faz, 
o tempo anda trás 
é o nosso reencontro.
Não há palavras, nada perguntas 
nada te falo, apenas sentimos
o estremecer de nossos corpos 
enternecidos pela emoção.
Roças tua boca em meu ouvido.
Saio do chão; olhas-me aturdido.
Levas a minha boca, a mesma taça 
que bebes também e não entendemos 
que elo é esse que ainda hoje,
depois de tanto tempo nos unem, 
e nos tornam reféns de nós mesmos.
Então,delicadamente, 
esfregas tua barba mal feita 
em meu rosto cálido!
Desmanchas em meus cabelos 
a soltá-los, começas a beijar-me 
o pescoço, o colo atirando-me 
sobre o sofá, e em carícias 
nos fazemos perder a consciência.
Concebemos o prazer ;
saliva, pele, apelo, voz!
Manuseias com maestria 
tuas mãos de singulares habilidades, 
possuindo-me aos poucos,
e como loucos, esvairmos dali 
pouco a pouco para muito... 
muito além do infinito. 
Num debulhar de emoções, 
num só grito, depois de 
horas e horas de atrito, 
ousar concretizar , por fim,
o prazer de sermos nós mesmos em um só.
Edna Fialho Em 08/12/2008