LIBÉLULA


Não tenho a fama 
de ser sacana mas, 
não me engana 
que me queres 
e depois me judia. 
- Creia! 
- Entraste numa fria, 
porque não vou te perdoar.  
Vou adormecer e acordar 
te pensando, 
e não vais sossegar. 
Tenho o poder na mente, 
por isso, 
não mente 
quando algo eu te perguntar 
e nem me faça chorar. 
Sou a neve 
que derrete da geleira, 
mas...
posso ser simples água 
na geladeira 
e te fazer congelar! 
Não me perca, contudo
não me aches por achar. 
Não quero que 
me enquadres 
numa moldura nua,
numa parede fria que  
fica a me aprisionar. 
Quero a quentura 
que emerge da pele, 
de um corpo caliente 
que pulsa, a querer me tocar, 
sentindo e sofrendo de excitação, 
só de me olhar! 
Não sou luz nem escuridão, 
apenas sou a intenção 
de ser o que sou; 
- Uma libélula 
saída de um casulo 
para ao mundo se mostrar, 
mas, não inventa!
Não me desorienta 
e nem me queira 
... trancafiar. 
Pensa e haja 
como se eu fosse 
o que quero me mostrar ser; 
- apenas uma grande 
e determinada mulher 
em plena transformação 
e pronta para amar!

EDNA FIALHO
Edna Fialho 18/03/2009