PERDIÇÃO...MULHER!

Languidamente, 

fixo-me a te olhar

e hipnotizado, 

demente, carente 

das carícias tuas,

modifico meu semblante,

ficando abobado, 
babando ao teu frescor.  

Felina que assedia, 

que me endurece, 

me desgoverna e, ilicitamente, 

toca minha essência com ardor!

Pungente magnitude intrínseca 

de insana devassidão; 

és fêmea e teu cio 

me revolta dentro do jeans.

Prá quê saber se alma,

coração ou tesão? 

Sou refém 
do teu corpo abrasado

e prisioneiro de 
tua alma pecadora. 

Acalma-me, enfiando-se

entre as minhas pernas, 

pacifica-me tanta obsessão!

Despercebido, calo-me 

ao te devastar faminto 

à contemplação, 

num corpo perfeito e desnudo 

a exalar o cheiro da sedução, 

o cheiro de fêmea entre aberta, 

onde vorazmente 

me pede que te invadas!

Tua boca carnuda, 

a me pedir... - Vem!!!

Sussurrantemente, 
o doce veneno

escorre por tua silhueta 

de contornos perfeitos! 

Quero morrer em teus braços,

adoeçer da peçonha 

da tua língua que vasculha 

e deixa-me à penúria, 

dependente, exonerando-me 

a outros mundos.

Corpo deliciosamente delicado! Toca-se alucinada, 
mostrando-me a flor 
mais cálida 

do teu infinito ser. 

Abres com as mãos abençoadas
as frestas de uma gruta  
que se mostra verticalmente,

a absorver-me em tuas entranhas.

Louca...!! 

Induz-me a embriaguez

de um corpo delgado

marcado pelo pecado,

de minha boca molhada, 

terna e desejosa.

Furor! Malícia!
Tremor de excitação!

Alucinada, me aclamas: 
- Meu homem!

Não resisto! 
Igualmente a uma Viúva Negra 

se apresentas em mil pernas, 

braços e olhares fatais. 

Miseravelmente, prosto-me 

como um condenado 

a alimentar-me pela última vez 

em tuas carnes 
de néctar adocicado e letárgico.  

Caio em desgraça 

entregando-me a ti!

- Profecia? Carma?  

Não quero outra missão 

a não ser esta: 

- Estar entre tuas frestas 

a me contorcer,

com selvageria suave, 

a refugiar-me num seguro abrigo.

Perdição tocar teu ser 

e afagar-te sem saber 

se dia ou noite, 

o que percebemos 

é tão somente 

o açoite de almas fujonas 

e de corpos desesperados 

de amor...

EDNA FIALHO 04/08/2009