INTEIRA

Sou alma nua, respingando sobre a Lua meus quartos crescentes!

Sou estrela cadente que num repente, deixou sua calda de mil estrelas luminosas,

todas prosas a emoldurar o céu profundo como se o escuro do ermo do mundo.

Sou a profundeza do próprio Universo, reverso de uincidade a juntar a felicidade pouco a pouco para distribuí-la a tantos outros, comungando a essência de brilhar e encantar...

Sou Fada armada de espada que aboliu o condão para derrotar a Santa Inquisição!

Sou idade média de muitos mitos e ritos em busca da confissão dos que maltratam, esquartejam e esfaqueiam uma nobre alma de mulher.

Sou dos sonhos a própria eternidade. Pássaro em liberdade fugido do cativeiro. Sou o começo do seu roteiro a voar por inteiro até os limites das suas vontades. Assim, enfim povoarem as matas e conquistarem os ares.

Sou saudade da criança que ainda habita meu coração. Sou razão, sou histórias e muitas memórias na escuridão ou na luz.

Alimento-me de lembranças dos tempos dos dragões, fadas, bruxas e tudo mais..

Sou feiticeira que se desnuda na sedução, e abriga entre seus rituais muito mais que caprichos, muito

mas vontades.

Ordeira mas atrevida, vivo no limiar da sombra do caminho, e do sol perto do espinho.

Sou o pão e o vinho em comunhão para com Jesus orar pelas Nações aviltadas pela fome e submissão.

Sou “Pequeno Príncipe”, a passar por vários mundos e sementes de sabedoria deixar.

Sou dos sábios a terceira visão, a tendência, o despertar razão e dormência da solidão.

Assim me mostro prá vida que se mostra prá mim...

Inteira!

Edna Fialho Em 14/12/2008 Poesia registrada