DELICIOSA TORTURA


Passeio nua pelo quarto, 
aguçando-o
em movimentos sensuais,
tendo somente
encobrindo o meu corpo,
um voil.
Quero transtornar tua mente 
e devorar até a última gota  
de tua lucidez.
Desnudo meus seios,
anseio teu, tocá-los,
- não os tens! 
Capricho meu, 
ver-te ereto, deseperado,
quando passeio a meia luz                   
contorçendo-me  
em frente a ti,
aveludando poesias eróticas
inflamando-o 
com minhas carnes pulsantes
e meu perfume inebriante.
Longe me faço!
Te enlouqueço
virando-te as costas 
e na transparência do tecido,
te deixo notar o meu balançar 
tirando-te a consciência.
Faço-te tremer! 
Enlouqueces, me imploras... 
- Vem! - Vem! 
Te engano 
sem deixares perceber 
o abismo de desejos 
em que vais te meter! 
Exponho-me aberta.
Mostro-me inteira, 
e faceiramente, me contorço 
torcendo o tecido transparente 
sobre mim. 
Danço para você se diluir!  
Empurro-te, e sentas a cama 
quase caído,  alucinado.
Agora começa o feitiço,  
quando coloco minha perna 
em cima da tua 
e contemplas o paraíso 
que tanto almejas.  
Iludo-te e levo tua alma 
a um altar, a me adorar
em perdição! - Fascínio!
Passo suavemente 
meu sexo sedento, 
por perto da tua boca 
que louca, se abre 
para me ganhar.
Afasto-me 
ao ouvir tuas súplicas. 
Sento-me toda aberta 
numa cadeira em frente a ti.
Adoro te provocar obscenidades 
e ver tua cara de desespero. 
Teus lábios me imploram 
como uma droga 
que precisas para te saciar.
Êxito da conquista, 
arqueias minhas pernas  
sem que eu nada possa fazer, 
a não ser... 
te obedecer e deixar!
Começa a nova tortura 
quando levanto-me e
não te deixo contentar,
levando-te quase arrastado
de tesão, a parede do quarto, 
- pareçe que vais desmaiar!
As pernas bambeiam
quando beijo-te a boca
e... não há mais
o que contar. 
Ai meu homem... 
És meu tudo 
na hora de amar! 
Nosso desatino 
é desafiar
além do imaginar.  
Nossa rotina é pulsante 
e, todo enlaçado em mim, 
na cama, o ato 
irá se completar. 
Ofegantes e trêmulos
uma armadilha 
em cada dia a promover,
a provocar.  
Meu doce 
e amado homem!
Nossas orgias 
continuam noite a fora 
até o dia nos chamar.
Edna Fialho Em 05/01/2009